domingo, julho 30, 2006

Meu voto é nulo e eu não sabia!

Desde de que a população como um todo passou a votar, ou seja,apartir da extinção do voto censitario o processo de escolha dos candidatos foi ficando cada vez mais árduo. Mesmo assim, fomos ensinados a nunca votar “por votar”, e recusar a fazer votos de protesto esdrúxulos, em: animais, figuras fictícias ou personagens folclóricos. Pelo contrário, cada voto que é depositado numa urna, foi portador da sincera esperança, da população, numa cidade, num estado e num país melhores.

Eu, como ingressante na camda votante (votarei para eleições pela primeira vez) busco analisar e crer nos discursos de candidatos que me pareçam sinceros e efetivamente comprometidos com as causas populares e nacionais.

Votar na “direita”... Votar na “centro-direita”... Votar no “centro”... Votar na “centro-esquerda”... Votar na “esquerda”... Só não votar em “extremas” de qualquer direção!

Protesto, sim deve ser feito! Mas, usando o voto para tentar destituir quem não foi correto no exercício de suas funções.Acreditar que com ele pode afastar pessoas de má índole da política. Enfim, fazer do meu voto um laboratório da democracia, misturando o empirismo da fé com o desejo de mudança!

Hoje, pensando com mais calma sobre o assunto, cheguei a uma patética conclusão: Meu voto sempre será nulo! O seu também!

Bom eu nunca pretendo anular meu voto por acreditar na democracia, mas ele foi tornado nulo, por não ser respeitado por quem o pediu e recebeu.Não me entenda mal mas estão generalizando sim.Ele foi anulado toda a vez que um candidato não reeleito foi nomeado para um cargo público. Ele foi rasgado e jogado no lixo sempre um “sim”, convicto, de campanha virou um “não”, explícito ou sigiloso, nas votações, em plenário, e vice-versa. Ele foi pisado e desfigurado quando o que deveria ser público foi decidido entre quatro paredes, com ou sem escuta telefônica! Entenda que quando me refiro ao meu voto, refiro ao seu, caro leitor, também.

Meu voto é nulo, como o de muitos brasileiros, porque não consegue limpar a lama espalhada pela maioria dos “legítimos representantes do povo”, nem a gordura das “pizzas” em que, invariavelmente, terminam seus inquéritos - tão espalhafatosos quanto inócuos -, nem o ranço de práticas historicamente nefastas, nem as lágrimas do povo. É sem valor porque as mensagens das urnas não são entendidas, por quem perde ou ganha. É inócuo porque elege, mas, não pode cassar!

Somos nós que não sabemos votar, ou são os que têm escolhido a vida pública que são fracos, “espertos”, egoístas ou vaidosos demais, para entenderem que os cargos que ocupam não são seus, mas dos que os elegem?

Pior que a frustração é ver que os que traem nossa confiança ainda querem culpar-nos por seus atos, como se fossemos cúmplices de suas más escolhas... Não somos! Pois, os “cordéis” que têm movimentado a política nacional nunca foram efetivamente manipulados pelo povo! Se fossem, com certeza os empossados não teriam chance de ficar “empoçados” por muito tempo... Ao menos, pensariam duas vezes, antes!

Nosso sistema de votação é moderno, mas, a maioria de nossos políticos, não! Há algum tempo nossos votos e urnas são eletrônicos, mas, se voltássemos a usar cédulas de papel, elas teriam que ser de papel absorvente, higiênico. Já as urnas teriam uma abertura um pouco maior, em cima; e o voto seria depositado puxando uma corda, girando uma alavanca ou apertando um botão! Este último modo pode, até, lembrar o sistema atual, mas, em vez dos bips eletrônicos, o som de confirmação seria um pouco diferente... Mas, mesmo sabendo que, apesar de minha fé e perseverança, nossos votos nunca terão força ou valor, mas não podemos desistir de tentar! Continuemos a acreditar que ele pode ser como “água mole em pedra dura...”! Insistemos na democracia!

Quem sabe, um dia, o voto alcance valor efetivo, quando, com todos os avanços da tecnologia de informação, pudermos votar direta e seguramente, pela Internet, em vez de ser representado por quem o pediu, vota em meu nome, mas não pede a minha opinião, nem houve o clamor das ruas, depois de eleito.

Democracia direta! Ela amedronta alguns, principalmente os que terão que procurar outra atividade para subsistir, fora do carreirismo ou oportunismo políticos; mas, talvez seja a única forma de impedir que nossos votos continuem a ser nulos!

quarta-feira, julho 26, 2006

"O JURO CIVILIZADO"

Estamos em ano eleitoral, e com ele o governo prevê e promete um paraíso quando o assunto é: JUROS. Os juros voltaram a cair, e em 2007, a taxa real pode ficar abaixo dos 10%, uma conquista em tanto uma vez que os padrões técnicos sempre apontam um piso mínimo de juros com dois dígitos. Ainda é uma promessa, sendo levado em conta a constante queda que os juros vêm sofrendo e a inflação que também vem baixando.
O país pode vir a presenciar a menor taxa de juros dos últimos trinta anos. Mesmo sendo uma realidade muito distante da média de juros baixos do mundo, isso pode ser considerada uma conquista tendo em vista que os juros decolaram desde quando o Brasil tomou a decisão de praticar política monetária na base de calibragem de taxas. Dessa forma, criou uma camisa de força com os investidores, que só traziam dinheiro para cá, para ter um ganho alto, fácil e rápido, e fugiam logo depois.
Manter aplicações no mercado interno, e talvez até elevar esses investimentos pode, e deve ser conseguido através de outros incentivos, como por exemplo, a concessão de facilidades tributárias.
Fazendo uma breve análise com os dados dos dias anteriores vemos que, a queda de meio por cento na taxa, fez com que o governo economizasse cerca de 80 bilhões de sua dívida, que até aqui cresce sem parar, boa parte graças aos juros indecentes. Se isso continuar a ocorrer estaremos realmente em um paraíso monetário.
Por razões de consumo em crescimento descontrolado, a decisão de mudança na estratégia monetária vem quase que ao mesmo tempo que em relação ao resto do mundo. As três grandes, Japão, EUA e UE, optaram por um momento de aperto monetário. No Brasil, a preocupação é oposta, uma vez que o crescimento econômico hoje em dia já é simplesmente uma miragem.
Qual seria então, a grande importância para o Brasil?
Provavelmente o vital seria recuperar a massa de consumidores brasileiros para que ela tenha pelo menos algum poder de compra.
Já imaginou o Brasil entrando para o primeiro time de países praticantes do JURO CIVILIZADO?

sexta-feira, julho 21, 2006

Política e o Coeficiente Eleitoral

Mais uma postagem, peço desculpas se o texto foi um pouco teórico ou se não me expressei bem e ficou difícil de entender. Os comentários estão aí pra suprir essa minha falha. Vamos lá ...

Em que partido você vota?


Política e o Coeficiente Eleitoral

É comum os eleitores acharem que votam em pessoas, em candidatos, mas de fato esse raciocínio não está totalmente correto. Para ilustrar essa afirmação darei um exemplo bastante didático.
Suponhamos que em determinada cidade exista 10 vagas para um cargo político qualquer e que nas últimas eleições havia 200 mil eleitores que votaram, ou seja, 200 mil votos válidos. Dividimos esse número pelas 10 cadeiras resultando 20 mil, este valor é chamado coeficiente eleitoral. Significa que a cada 20 mil votos que um partido obtiver ele terá direito a uma vaga e esta será dada ao candidato com maior número de votos pertencente ao partido. Se ainda não forem prenchidas todas as cadeiras então o partido que mais se aproximou do coeficiente eleitoral tem direito a mais uma nomeação. Note que seu voto é dado ao partido e que os reais concorrentes de um candidato são os seus próprios partidários.
Para mais uma análise diante desse sistema proponho a seguinte situação: Imagine que seu pai, homem que você conhece bem, ético, justo, sincero se candidatasse por um partido que tem como grandes nomes e nomes cogitados para serem eleitos o Lula, FHC, Bush ou Chaves. Você votaria no seu pai? É melhor abandonar essa resposta que pareceu obvia no início da situação e analisar melhor as conseqüências de seu ato.
A maioria dos eleitores não tem conhecimento desse esquema e acaba elegendo um candidato que não deseja por cair nessa armadilha.
O atual projeto de reforma eleitoral procura modificar um pouco esse panorama. Peço desculpas por não saber qual o andamento no projeto nas suas tramitações pelas casas do povo submetido a votações, vetos, discussões etc. A proposta, de forma simples, propõe que os partidos lancem seus candidatos com uma ordem fixa para concorrer as vagas. Atingindo o coeficiente eleitoral o primeiro da lista do partido ganharia o direito ao cargo.
Esta estrutura vigente pode nos ajudar muito a entender uma série de coisas como, por exemplo, porque os partidos não dizem muito sobre o candidato. Os partidos participariam de uma estratégia para eleição dizendo muito pouco sobre o pensamento do candidato, sobre suas propostas ou sobre as tendências de sua ação. Ficaria esclarecido tambem porque os candidatos trocam tanto de partido.
Em um cenário político conturbado, entre CPI’s , mensalões, pizzas, eleição, direita e esquerda confusas, é difícil pensar um pouco na estrutura das eleições e mais complicado ainda é pensar que tudo poderia ser diferente. O mais triste é pensar que a democracia se reduziu às eleições e até elas não vão muito bem.

quinta-feira, julho 13, 2006

A esquerda contra-ataca

Eu realmente tinha um artigo (que nem chegava a sê-lo propriamente, tratava-se mais de uma crônica com um certo toque de humor ácido) pronto para publicar aqui na “Parede” mas resolvi deixá-lo para o mês que vem, e brindá-los hoje com mais um artigo politicamente incorreto, escrito às pressas, repleto de erros de ortografia e concordância devido à falta de tempo deste humilde escritor. Se você é um reacionário que de fato não tem paciência para artigos de esquerda mal-escritos, é melhor parar por aqui.

Se você está lendo aqui é porque tem o mínimo de curiosidade em saber o motivo de mais um artigo mal-humorado deste pobre escrevente. Após ver a descrença de certos setores da nossa sociedade na esquerda, resolvi escrever este artigo. Após ver e ouvir cuspirem e pisarem na esquerda, decidi que algum esclarecimento devia ser feito. Você provavelmente deve estar pensando que eu estou meramente enchendo lingüiça, mas, ninguém lê meus artigos mesmo!

Não precisamos de ninguém que nos diga o que fazer e como fazer, não precisamos de ninguém que nos diga o que ler e com quem nos aliar. Sabemos muito bem como chegar ao poder e o que fazer por lá, o que só não foi feito devido às malditas coligações e seus respectivos interesses. Ora leitor, é certo que o governo Lula não foi nem sombra do que um dia sonhamos, mas já serviu para tirar o verdadeiro problema do poder: o PFL.

Este partido, formado por coronéis regionais, acostumados a mandar e desmandar por todo o país não podia permanecer no poder por mais tempo. A verdade é que a quantidade de escândalos que atingiram o governo Lula, não chega nem aos pés da quantidade de escândalos de governos anteriores, esses, não descobertos por nós. Percebe-se também, que os tais casos de corrupção o governo Lula eram quase que sempre para fortalecer o poder do partido no governo. Nos outros governos os casos de corrupção eram sempre em benefício próprio. Não que o primeiro esteja certo, mas, sejamos sensatos, dos males o menor. Por tudo isso, na minha opinião, o grande mérito do governo Lula, foi tirar a direita podre do poder.

A questão partidária, ou de legenda, é bem fácil de esclarecer. Ora, que o PT pouco tem feito pelos trabalhadores, isso é verdade. Mas o nome do partido deve-se basicamente ao fato de que o partido foi formado por trabalhadores de classe média baixa, a classe que sustenta nossa sociedade. No entanto, o PTB nada tem a ver com o trabalhador, e nem tem pretensões de esquerda, (caso contrário seria o novo partido nacional-socialista, ou nazista, que usa o social apenas para obter o apoio das massas) o partido, fundado pela filha de Getúlio Vargas para homenagear o pai, tem o nome de Partido Trabalhista Brasileiro, ou seja é um partido trabalhista, e não trabalhador. Mencionar PSTU, PC do B, entre outros, como sendo da mesma laia, é um erro grave. São partidos com ideologias completamente diferentes, que juntos não formariam um governo forte, nem sequer um partido forte.

Não falta Maquiavel à nossa esquerda, sobra. Sim, porque chegar ao poder e consolidar-se já aprendemos muito bem. O que falta à nossa esquerda é paciência para tolerar pequenos burgueses que se dizem antipartidários para esconder a verdade: a falta de opinião. Ou, o que popularmente chamamos PSDB.
Peço humildes desculpas para você, que leu até aqui, esperando por uma conclusão lógica para toda esta merda que escrevi. A verdade é que não há uma conclusão. A História não tem conclusão. Ela está sempre em movimento. Quanto aos erros, não me culpe. Culpe a falta de tempo do vosso humilde escritor.

sexta-feira, julho 07, 2006

Crítica à Esquerda Brasileira

Caro leitor,

Creio que todos aqui envolvidos (e, pelo menos, boa parte dos leitores, se é que há algum) sabem bem de minhas tendências políticas. Pois bem, todos sabem de meu caráter (vagamente) revolucionário. Sabem que eu entendo que uma sociedade completamente diferente é não só necessária, como inevitável, a nível mundial.

Porém, olhando pro nosso Brasil de hoje, a tão-sonhada revolução parece algo completamente distante. Claro, não poderia ser diferente, a própria população brasileira (aliás, mundial) não se encontra ainda pronta para compreender a importância de tal movimento. Encontra-se dominada pela cultura burguesa, idolatra falsos deuses, ainda não se deu conta da exploração, da dominação, da consciência de classe (pra falar em Marx).

Ainda assim, olhemos para a esquerda do nosso país, supostamente responsável pela revolução. Olhe o que são PT e PTB! Se esses partidos tivessem que ser renomeados hoje, alguém em sã consciência faria referência ao trabalhador no nome desses partidos? Bom, acho que não preciso falar muito disso. Isso é óbvio para qualquer um que está consciente do que se passa aqui nos últimos anos, mas achei que devia constar.

Mas o que mais me desespera é constatar que um de meus professores estava certo ao afirmar que “comunista só se une dentro da cadeia”. Veja os setores da esquerda “de verdade”, isto é, aqueles que (ainda) são realmente de esquerda. Ora, a lógica diz que, se eles defendem um objetivo comum (revolução), deveriam se unir (pelo menos a um primeiro momento) para garantir esse objetivo, certo? Pois bem, diga isso a algum membro do PSTU, P-SOL, PC do B, ou qualquer coisa do gênero. “Não, mas aqueles são muito radicais”, “Aqueles lá seguem outra corrente, são uns bestas!”, “Eles não sabem o que fazem!” são prováveis respostas.

Mas ora! Ouso até dizer que falta muito Maquiavel aos partidos de esquerda. O Príncipe já nos diz como conquistar o poder, e diz que alianças são indispensáveis para tal. Não duvido que, quando a revolução vier, esses malucos egoístas resolvam lutar uns contra os outros e todos contra a burguesia.

Nossa esquerda precisa de mais união. Não sob um único partido, nem sob uma única corrente ideológica, mas como uma frente de oposição comum, capaz de conscientizar alguém do que deve ser feito! Como o antiqüíssimo ditado diz: “a união faz a força”... só os comunistas que não sabem.

sábado, julho 01, 2006

Precisamos de um governo corrupto


“A solução é alugar o Brasil”. Raul Seixas estava errado. Depois de muito refletir sobre nossa situação política, social e econômica, descobri a solução para todos os nossos problemas, e não se trata de alugar o país. Tudo que falta ao povo brasileiro para construir uma próspera nação é um governo corrupto.

A maioria das pessoas acha que precisamos de um governo honesto, pessoas incorruptíveis, imunes ao veneno da mosca do sangue azul. Muito pelo contrário. Precisamos de um governo bem corrupto, que afunde o país em miséria e desigualdade social.

Os leitores mais precipitados já se perguntam a essa altura: não nos sobram governos corruptos? Não. Ao menos suficientemente corruptos. Precisamos de um governo corrupto o suficiente pra que brote na população um sentimento de revolta. E essa revolta deve ser seriamente reprimida pelo governo, porque revolta forte, é revolta reprimida por longos tempos. Só assim a consciência política nasceria em nosso país.

Toda revolução nasce da revolta. Não existe uma revolução lenta, gradual, que muda uma realidade em longo prazo. Tomemos os exemplos de grandes revoluções que já ocorreram na humanidade: a francesa nasceu de uma exagerada arbitrariedade por parte dos monarcas absolutistas. A russa também. Veio do abuso de poder dos czares. O início do que está se tornando a revolução pan-latino-americana, nasce de uma condição social sem premissa que atualmente toma o subcontinente. E assim por diante. Mesmo que tentemos, provavelmente não iremos encontrar mudanças gradativas. Talvez encontremos, mas não encontraremos revoluções gradativas que se efetivaram.

Entendendo por revolução toda e qualquer grande mudança na realidade atual, o que a grande maioria da população deseja para o Brasil é uma revolução. Para tal precisaremos que nasça, no povo, o sentimento de revolta. E graças à impressionante passividade do povo brasileiro, precisamos de um governo consideravelmente ruim pra que ela venha. De uma forma indireta, tudo o que precisamos é de uma máquina administrativa que leve o país à falência, agrave, se é que é possível, a condição de desigualdade social, e reprima qualquer tentativa de mudança. Isso basta para resolver nossos infortúnios. E o melhor de tudo: não teremos que alugar o país.

Powered by Blogger
& Blogger Templates




eXTReMe Tracker