quinta-feira, junho 28, 2007

A Morte do Eterno e do Público

Olá!! Peço desculpas por prolongada ausência, mas vamos ao que interessa.

Hoje lhes trago uma discussão deveras filosófica, que pode muito bem não interessar a@ amig@ leitor@, mas, de qualquer jeito, deveria.

É fato, senhores, que estamos vivenciando uma decadência de todos os assuntos que dizem respeito à esfera pública. Ainda mais nós, pobres brasileiros, convivemos com o descaso das instituições políticas que deviam zelar por nossa sociedade. Há muito meus textos aqui denunciam o individualismo como causa maior desses problemas. O pensamento egoísta nos leva a tratar o que nos diz respeito como se fosse privado, mesmo que se trate de um problema que atinge todos a nossa volta. Nos resolvemos e não ligamos pro resto.

Pois bem, hoje dou um passo adiante nesse raciocínio. O individualismo humano não é um fato em si. Trata-se de uma consequência de um outro acontecimento de ordem racional - A morte da eternidade.

O que se vê nos últimos séculos é a total descrença em relação à metafísica. O homem não se preocupa mais em refletir sobre o eterno desde Kant. Segundo o mesmo, isso se devia à total abstração do mesmo, a falta de contato empírico com o eterno nos impediria de formar qualquer conhecimento sobre ele. Ou seja, como não podemos conhecer o que é eterno, pensá-lo é perda de tempo. Já que morreremos (ie, não somos eternos), pensemos algo mais proveitoso à nossa existência mundana!

É esse raciocínio kantiano, que ainda hoje se faz presente na coletividade (durante o próprio ensino médio ouve-se frases como "pra que serve a filosofia?"), que valoriza a ação prática sobre o mundo (o trabalho) no lugar do pensamento filosófico (em Hannah Arendt, a vita activa e a vita contemplativa).

E assim nos esquecemos de que, mesmo que não sejamos eternos, a humanidade o é! E se não levamos em conta a eternidade da existência do homem, não temos nenhuma razão para nos questionarmos acerca dos problemas da humanidade como um todo! Todas as questões humanas são, no máximo, questões individuais coletivizadas. Pois a esfera pública (cuja existência depende de atenções voltadas a problemas comuns) já não existe mais. A morte do público nos deixa soltos no caos belicoso das vontades individuais.

Perdão, acabo de escrever o mais confuso (ao mesmo tempo, o mais rico, creio eu) de meus textos aqui. Mas assim têm sido meus últimos meses, um texto escrito agora não poderia ser diferente.

Tentarei me explicar melhor numa próxima vez.

Obrigado!

quarta-feira, junho 20, 2007

Não gostou? Relaxa e goza!

Caro leitor, a muito não venho aqui por motivos de estudos.Mas depois da recente entrevista de Marta Suplicy, eu não poderia deixar de vir para que comentemos sobre. Achei o texto abaixo num site, e é de autoria de Reinaldo Azevedo, com toda certeza um dos milhões de brasileiros indignados com a 'nossa' ministra.Enfim, leiam.Se não gostarem, relaxem e gozem.

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Não gostou? Relaxa e goza!

Temos um governo que é delinqüente também intelectualmente. O "relaxa e goza" de ontem da ministra turista e turística Marta Suplicy não foi só um escorregão, não. A fala é a manifestação de um mal bem mais profundo. Na sua aparente frivolidade, há muito de pura perversidade. É até penoso lembrar que o "relaxa e goza" da ministra são duas orações principais que têm uma subordinada condicional. O período composto inteiro é assim: "Se o estupro é inevitável, relaxa e goza". O alcance denotativo do que diz esta senhora é o seguinte: "O caos nos aeroportos é inevitável, então tratem de se conformar".

Já a lição de política que ela transmite é terrificante: o estupro, em sentido amplo, representado pelo petismo, não pode ser evitado. A psicóloga não se dá conta do peso simbólico de sua fala: ela nos ameaça com a tirania; ela está dizendo aos brasileiros que não adianta lutar, que não adianta espernear. A cada um se nós resta a passividade diante do agressor. Temos de nos entregar aos nossos algozes. Depois, ela divulgou uma nota que acrescenta uma estupidez nova à fala. Diz-se também ela vítima dos problemas aéreos, como se, integrante do governo, não pertencesse à equipe que tem de apresentar soluções. Cínica quando fala o que lhe dá na cabeça; cínica ainda quando tem tempo de refletir.

Marta não é uma exceção no governo Lula. Ela é a regra. Seu chefe participou do lançamento do Plano Nacional de Turismo. E vandalizou, como de hábito: "O que a gente vê de bonito na imprensa brasileira? Quais são as mensagens que nos provocam a viajar no final de semana? Não tem. Se fala de Pernambuco, é morte; se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte. Aí a pessoa diz: 'Espera aí, não vou sair daqui não, vou ficar dentro de casa'. E ainda olha, vê se não tem uma fresta, para não vir bala perdida'". Não há interpretação alternativa para o que ele diz: a violência é uma invenção da imprensa. Sim, senhores: Lula está nos dizendo que os crimes e as balas perdidas são inevitáveis. E manda um recado ao cidadão: "Relaxa e goza".

Dirigindo-se aos governadores, afirmou: "Não basta ficar falando bem do Acre dentro do Acre, os acreanos já sabem. Agora, se fizer isso, vão dizer: 'Está gastando dinheiro'. Já vai o Ministério Público abrir um processo, já vai um deputado de oposição criticar, já vai fazer um monte de coisa. Porque, neste país, ainda há um tipo de gente que precisa ter muita desgraça para ele poder existir". O presidente da República acaba de enxovalhar pilares dos regime democrático. Ministério Público, oposição e imprensa, como a gente vê, enchem a sua paciência, não o deixam governar em paz. Lula não quer dar bola para essa gente. O negócio dele é relaxar e gozar.

Deu ainda exemplos do que seria uma relação conjugal de um casal que não viaja: o homem de "cuecão"; a mulher fazendo limpeza no pé do marido, e este dando "um coice" na patroa. A platéia riu. Lula é o bobo da corte do próprio governo. Sua vida doméstica deve ser um lixo. Eu especulo sobre a dele porque ele especula sobre a nossa.Por Reinaldo Azevedo

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