sexta-feira, setembro 18, 2009

CAMARADAS!

É fato notório que álcool e parede de banheiro tenham uma ligação que transcende o transcendental.
No entanto não escreverei mais.

terça-feira, maio 12, 2009

Apenas uma questão...

Fui só eu, ou alguém mais reparou que a maior vítima até agora da gripe suína (ou gripe A) foi a crise mundial? Certamente, nunca mais se ouviu falar da tal!

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Opa!

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Meus nobres representantes

Muito é discutido a respeito dos reais fatores que levam um candidato a ser eleito. Em minha monografia pretendo averiguar qual a influência que os recursos obtidos por meio de financiamento eleitoral têm sobre os resultados expressos nas urnas.


Uma semana de trabalho no Congresso Nacional já é capaz de fazer com que nossa visão seja aguçada, nos fazendo suspeitar que talvez outro fator tenha importância igual ou superior aos recursos econômicos: a exposição do candidato na mídia.


Parado ali nos corredores em frente às comissões da Câmara dos Deputados percebe-se a presença de alguns nomes ilustres: Deputado Clodovil Hernandes, Deputado Frank Aguiar, Deputado Ratinho Júnior, etc. O que esses candidatos têm em relação aos muitos outros que tentaram se eleger?


Difícil encontrar uma resposta para essa questão que fuja à ligação que esses nomes têm com os meios de comunicação. Como o foco de minha monografia está voltado para Minas Gerais fui tentar refletir se esse fenômeno possui correspondentes em meu querido estado. Bobagem, ou melhor, ingenuidade, pensar que isso ocorreria em escala federal e não ocorreria em Minas.


Não é preciso nem sair de dentro do Congresso. Basta olhar o Deputado Antônio Roberto do PV e forçar um pouco a memória para lembrar de seu programa na TV Alterosa “Antônio Roberto e você”. Ao vivo, após o almoço, o consultor empresarial em comportamento humano (como gosta de ser chamado), Antônio Roberto, dava os mais variados conselhos ao telespectador mineiro ligado na correspondente do SBT no estado. Um típico programa de auto-ajuda no ar, para ninguém colocar defeito.


Mudando um pouco o foco podemos viajar até a Assembléia Legislativa de Minas que teve a honra de abrigar o ex-presidente do Cruzeiro, Zézé Perella, eleito para elaborar as leis do Estado. Essa influência do futebol na política não poderia ocorrer apenas do lado cruzeirense. O ex-atacante do Atlético Mineiro, Reinaldo, também caiu nas graças do torcedor atleticano e conseguiu se eleger vereador da cidade de Belo Horizonte.


Não somente os mineiros contam com esses nobres representantes. O atacante do Vila Nova de Goiás, Túlio Maravilha, foi eleito em 2008 vereador de Goiânia com nada menos que 10.401 votos. Terceiro vereador mais votado da capital do estado.


Exemplos como esse, conseguem iludir até mesmo o famoso Sérgio Mallandro, que, talvez acreditando que o público de seus tempos áureos, já jovem, portando titulo de eleitor, pudesse elegê-lo, lançou seu nome para pleitear o cargo de vereador da cidade de São Paulo.


É, definitivamente não é exclusividade dos mineiros a presença e eleição de nomes impulsionados pela participação em programas de TV ou pelo desempenho em atividades que possuem grande espaço na mídia e ampla divulgação nos meios de comunicação.


Suspeita é a capacidade destes nomes de propor leis ou de fiscalizar as ações de outros tantos candidatos que se elegem para cargos do executivo. Difícil acreditar que essas são as pessoas responsáveis por me representar em minha cidade, estado ou país.


Não sei se existe uma saída, mas lamentável é o fato de que eleições possam gerar resultados tão desastrosos tendo originado de princípios que visam garantir a liberdade de manifestação e livre concorrência a cargos públicos.

domingo, outubro 05, 2008

Re-existência

Mais de 3 meses sem nenhuma manifestação aqui, outra vez. Tudo bem. Who cares anyway?

Vim aqui compartilhar com qualquer um que leia isso uma reflexão que tive ao assistir a um pessoal do MST falando sobre o trabalho deles. Oportunidade rara e rica, devo acrescentar.

Eles falavam das ocupações deles, da luta pela reforma agrária, mas também da consciência de que, com o andar da carruagem, seria inocência demais esperar que tais objetivos sejam alcançados sem luta.

(Aqui cabe uma ressalva: eu tenho fortes ressalvas ao uso da palavra "luta" quando se trata de questões políticas devido principalmente a seu uso excessivo e às vezes descabido. Peço desculpas por repeti-lo)

Eu, ligando os pontos do discurso do companheiro sem-terra, me pus a refletir sobre a questão do direito de resistência. Em devaneios mais filosóficos do que jurídicos, me diverti com a semelhança fonética entre "resistência" e "re-existência". Se existo porque penso, e penso que devo "resistir" (lato sensu), minha existência se faz determinada em (pen)última instância pelos princípios que pautam minhas ações sociais.

Simplório. Pouco profundo. Mas me divertiu por algum tempo.

sexta-feira, julho 25, 2008

Que semana!

Completamos agora 3 meses e um dia sem nenhum manifesto por parte dos autores. É o tempo recorde de inatividade do site. Bom, a essa altura nem me incomoda mais. Já me conformei, sei que ele sendo pra nós o que é, não tem outro jeito.

Enfim, apenas passo para ressaltar a importância dessa semana que agora se encerra para o direito internacional. Nessa semana foi preso o líder sérvio Radovan Karadzic, que será julgado pelo tribunal da ex-Iugoslávia pelas violações dos direitos humanos cometidas. O fato foi comemorado por várias ongs (anistia internacional e HRW, por exemplo) como um marco contra a impunidade.

Também é histórico o pedido de prisão pelo promotor argentino do Tribunal Penal Internacional do atual presidente do Sudão pelo genocídio em Darfur. Creio até ser mais marcante do que o outro fato supracitado, por tratar-se do primeiro caso de responsabilização de um governante ainda em posse por fatos ocorridos sob seu governo. Trata-se, sem dúvida, de um avanço de peso na história do TPI, e no reconhecimento da responsabilidade penal por crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídios. Pra ficar perfeito falta só aquele probleminha com os EUA...

Pronto, só isso. Acabei por hoje.

quarta-feira, abril 23, 2008

Quanto você pagaria para ser eleito?


Quanto você pagaria para ser eleito?

Marcelo Araújo

Buscarei apresentar alguns dados sobre as eleições municipais de 2004 na cidade de Patos de Minas. Para quem não conhece, Patos, como é vulgarmente chamada, localiza-se na região do Alto Paranaíba, é uma típica cidade do interior de Minas Gerais com população de aproximadamente 130 mil habitantes. Na última eleição municipal foram eleitos 11 vereadores e a disputa para prefeito se concentrou, principalmente, em torno de dois candidatos, Antônio do Valle Ramos do Partido Progressista e José Humberto Soares do Partido Trabalhista Brasileiro.

Naquela ocasião, o vencedor da disputa foi Antônio do Valle com quatorze mil votos a frente do segundo colocado. Até então, quase nada nos chama atenção, mas uma análise além dos resultados das urnas revela dados surpreendentes. Antônio do Valle sagrou-se também campeão em arrecadação de recursos. Para sua eleição em outubro de 2004 o candidato obteve uma receita de exatos R$ 369.610,00. Por outro lado, o candidato José Humberto obteve a bagatela de R$ 136.200,00, o que implica uma diferença de nada menos que R$ 232.410,00 entre o orçamento dos dois candidatos. Somado a estes valores o humilde orçamento de Pastor Augusto (R$ 2.240,00), o candidato que complementou a disputa na cidade, percebemos que a disputa eleitoral naquele ano movimentou nada menos que R$ 508.050,00, ou seja, mais de meio milhão de reais circularam na pacata cidade em função da briga pelo poder.

O candidato vencedor conseguiu 53 doadores para sua campanha, doadores estes que ofertaram valores entre R$ 500 e R$ 30.000. Apesar da grande quantidade de doadores do prefeito progressista, o maior valor vindo de um único indivíduo teve como destino a campanha de seu concorrente. Um dos 19 financiadores da campanha de José Humberto doou sozinho R$ 33.000.

Até o presente momento apenas transmiti algumas informações para o leitor. Antes de prosseguir meu texto faço algumas perguntas provocativas: Um candidato eleito gastando cifras tão altas, partindo de cinqüenta e três diferentes pessoas ou empresas, governa para quem? Governa, com independência, para todos os seus 43.925 eleitores?

Vamos novamente brincar um pouco com os números. Dividindo a quantia arrecada pelo número de voto obtidos percebemos que o candidato Antônio do Valle gastou cerca de R$ 8,41 por voto. Fazendo os mesmo cálculos notamos que José Humberto gastou R$ 4,58 por voto. Se mantivéssemos este valor por voto seria necessário que José Humberto gastasse, no mínimo, R$ 65.109, 00 para se sagrar o vencedor das eleições.

Falemos um pouco dos financiadores de campanha dos dois candidatos. O empresário patense Inácio Carlos Urban mostrou que sabe usar bem do maravilhoso jeitinho brasileiro, prestou apoio no valor de R$ 5.000 para os dois candidatos da disputa eleitoral. Como se não bastasse, financiou com valores diferentes os dois principais candidatos das cidades de Presidente Olegário e Coromandel. Apenas o empresário gastou R$ 20.500 no financiamento de seis diferentes candidatos a prefeito da região. Parece que Inácio Urban não terá problemas nascidos de intrigas políticas em seus negócios.

É claro que apoio financeiro prestado aos candidatos varia de acordo com dimensão da empresa, de seu poderio econômico e de seus interesses na região. Veja bem, a Algar S/A Empreendimentos e Participações que atua na cidade por meio da conhecida CTBC, destinou R$ 4.000 para cada candidato de Patos de Minas, porém, destinou remessas de seus lucros para nada menos que outros 29 candidatos a prefeitos de sete diferentes cidades pertencentes a três estados da federação. A maior cifra foi destinada ao candidato eleito prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, que conseguiu o apoio no valor de R$ 321.000,00. Desconfio que a Algar, desde 2004, encontrou um bom espaço para crescer na região, ganhou alguns incentivos das prefeituras para ampliar seus serviços nas cidades e, se isto realmente ocorreu, podemos esperar que este ano ela financie um maior número de candidatos.

Voltando o foco novamente para Patos de Minas e tentando buscar um segundo exemplo para ilustrar as relações clientelistas existentes nas eleições municipais por este Brasil afora apresento o caso da Papelaria Principal. Esta famosa papelaria da cidade patense direcionou R$ 10.000 para a campanha de Antônio do Valle. Quais os interesses de uma papelaria ao gastar esse montante em uma campanha eleitoral? Todo o material de escritório usado pela administração municipal durante os quatro anos já parece ter tido um fornecedor garantido.

Alerto para importância de o leitor diferenciar hipóteses feitas por mim de afirmações e informações presentes no texto.

Insisto em deixar claro que não faço uma crítica aos candidatos e seus esquemas montados de arrecadação de recursos para campanha eleitoral. Apenas duvido que alguém invista valores tão expressivos por simplesmente acreditar na qualidade de determinado candidato. Procuro apresentar aqui, o tempo todo, a minha singela desconfiança em torno de como a política pode se preservar imune diante da dependência que ela está criando em relação aos seus financiadores. A cada nova eleição ela reforça sua dependência e os resultados das urnas passam a estar, cada vez mais, ligados a ela.

Estas simples comparações e exposições revelam um pouco do que pode estar por trás de uma simples disputa eleitoral. Preocupei-me o tempo todo em mostrar que estava falando apenas a respeito da cidade de Patos de Minas e expus um pouco sua realidade para que qualquer leitor pudesse tentar imaginar o que se passa em eleições de maior porte como as eleições de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, ou as eleições de maior porte como aquelas que elegem os integrantes do congresso nacional. Quanto, financiadores estariam dispostos a pagar para ter o presidente da república ao seu lado? Quanto, uma empreiteira colocaria de recursos na campanha de um candidato a deputado federal em troca de o mesmo redigir leis que a beneficiem? A preocupação de cada indivíduo integrante de qualquer poder em questão é mesmo as demandas da população? Seria o bem comum, atualmente, o fim único da política?

Questões que me deixam bastante preocupado a seis meses das eleições municipais. Perguntas que me fiz nas eleições de 2004 e 2006 e que provavelmente continuarei fazendo nos próximos anos. Seria realmente o candidato às eleições norte-americanas capaz de fazer uma campanha vitoriosa sem arrecadar recursos vindos de empresas e organizações?


A política revela algumas armadilhas, o poder mostra-se um bem caro de ser adquirido e, o mais triste ao focarmos nossas visões em tão graves questões, é perceber que, se elas se mostram tão complexas para serem resolvidas, a população está cada vez menos interessada em descobri-las, mais distante de percebê-las e até mesmo de ter interesse em envolver-se nelas.
Um bom ano eleitoral para todos vocês! Se deliciem com todo esse espetáculo e, por favor, não fiquem sentados, como estão, esperando soluções e, muito menos, olhem a realidade e os absurdos que acontecem em suas frentes e simplesmente proclamem antes da novela “É por isso que esse país não vai pra frente!”.

Fonte: Transparência Brasil (www.transparenciabrasil.org.br)

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