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A Igreja do Eu Sozinho

Olá enfermeira!

Venho humildemente colocar, como diria nosso ídolo, Roger Waters, outro tijolo na parede.

Abaixo cito a professora do IFCS Elisa Pereira Reis, em seu texto "Reflexões sobre o Homo Sociologicus". O texto em si é bastante esclarecedor para aqueles que se debruçam sobre as questões metodológicas das Ciências Sociais. Mas o trecho que vos trago, na verdade, trata de um tema sobre o qual já discorri bastante aqui: individualismo. Lá vai:

"Na perspectiva de Durkheim, a sociedade tem precedência lógica sobre o indivíduo. A própria autopercepção do indivíduo como tal é uma resultante histórica da evolução da sociedade. Para ele, o individualismo corresponderia à religião da sociedade moderna. E a religião, por sua vez, a uma representação sacralizada da própria sociedade."

Ahn sim, esqueci de dizer, é a visão que Durkheim tem da coisa. Sempre tratei do assunto por um viés marxista, falando principalmente de alienação, mas esse ponto de vista que Elisa atribui a Durkheim me chamou muito a atenção.

Quando o li, me lembrei imediatamente do Japão.

É apenas uma opinião minha, formada pela mídia, mas eu vejo o Japão atual como o maior ícone do pós-modernismo. Uma sociedade que nega seus valores ancestrais em velocidade absurda, totalmente "desencaixada", e, o mais importante aqui, sem nenhuma religião expressiva! Tá, existe o Shintoísmo, mas o Shintoísmo está bem longe de ser pro Japão o que é o Islamismo para os Árabes ou o Cristianismo pro ocidente.

Se levarmos em conta a religião como algo que cumpre o papel de garantir a coesão social (segundo Durkheim em "As Formas Elementares da Vida Religiosa" - que, por sinal, eu não li), podemos sim atribuir, mesmo com apenas uma obsevação leviana, boa parte da coesão social moderna ao individualismo.

Pensando cada um em si, os indivíduos racionalizam a vida social de forma a assegurar seus interesses. Porém, como qualquer grau elevado de conflito torna-se muito prejudicial para uma bela maioria deles, garante-se um consenso razoável sobre como se dá a vida coletiva de forma a minimizar as perdas. Isso pensando a coisa de maneira microssociológica. Poderia dar uma explicação coletivista falando de classes e campos sociais, mas como o assunto é individualismo, a primeira me pareceu mais adequada.

E é isso que eu queria compartilhar com vocês. Desculpa aí o texto grande demais, mas concluí que é melhor escrever demais do que não escrever nada.

Obrigado pela atenção!

Tchau!

O individualismo serve p/ o bem e p/ o mal, pois se promove o distanciamento e a competição, por outro lado, permite a busca do auto-conhecimento, de novos caminhos não massificados e da possibilidade de realização pessoal, seja afetiva, profissional, religiosa ou o que se queira mais explorar.
Não acredito na felicidade de milhões de chineses pós-revolução cultural (onde o individualismo foi massacrado), como também não creio numa sociedade capitalista feliz(onde o individualismo supera o bem geral em muitas questões fundamentais).
Marcia

Aristotélica a Marcia... =P

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