quarta-feira, agosto 30, 2006

Repensando a educação

Caro leitor, venho por meio desta, expressar minha opinião quanto a educação no Brasil.

Quando se trata de educação no Brasil são apresentadas notórias soluções: "para a guerra, pobreza, opressão e violência, educação é tudo".Mas será isto, realmente uma verdade incontestável ou só mais uma forma de ganhar dinheiro por parte dos que as pronunciam?

Constantemente vimos, vinculados pela mídia - brasileira e mundial -, frases como "a solução está na educação","a educação transforma a sociedade", que vislumbraram os horizontes e clareiam os caminhos. Mas estas frases se tornam utópicas, vazias e atônitas na medida em que pensamos, racionalmente, sobre o sistema educacional brasileiro, como um todo.

Nessa dicotomia - problema e solução -, encontramo-nos arraigados numa educação que, do indivíduo, um mero observador da sociedade, muitas vezes incapaz de ser sujeito da sua própria realidade, percebe que os conflitos fazem parte da sociedade, mas não encontra a resolução para os mesmos.

Precisa-se hoje, retomar o conceito de educar, repensar, redimensionar as suas características e, conseqüentemente, promover a sua tranformação.A educação integrada ao coração da sociedade é capaz de produzir uma profunda modificação, na realidade social, através do desenvolvimento do conhecimento, num aprender a viver juntos; uma educação dialogante que estabeleça a autêntica comunicação da aprendizagem entre as pessoas.

A atual educação no Brasil precisa estimular a aprendizagem do aluno, despertando a curiosidade e encontrando formas de motivá-lo a tornar o estudo mais interessante; traçar seus próprios caminhos e juízos, interagindo com o ambiente de cooperação e construção.O ambiente educacional deve possibilitar partilha de conhecimentos e aprendizagem de grupo, num processo dinâmico, de promoção da autonomia, influindo no seu desenvolvimento.Assim é possível formar seus próprios conceitos e opiniões.

Tendo em vista que o conhecimento não é estático, que continuamente sofre transformações e é sempre reconstruído, a educação não pode colocar o aluno apenas como observador, é necessário intervir para ampliar a visão de mundo.Os professores devem agira de forma mediadora, sem autoritarismo e arrogância, de modo que faça com que o aluno produza sua própria cultura, recriando conhecimentos já adiquiridos.

Enquanto muitas vezes os governantes se voltam para a fome biológica do país, esquecem que a mesma é resultado da fome do conhecimento, do saber.É ela que origina, em partes, todas as outras fomes da paz, da justiça, do consumismo político.A carência educacional gera desemprego, violência e alienação, que vedam ao cidadão a conquista da sua autonomia moral e intelectual.

Para tanto, é necessário um compromisso maior dos governantes com uma escola de qualidade, investindo numa melhor profissionalização dos professores.Partindo do pressuposto de que o professor do nosso cotidiano viva em constante conflito com a desvalorização do seu trabalho, em que sua profissão é subestimada, caberá a nós - o povo -, mudar este pensamento que, ao mesmo tempo, é preconceituoso e antigo, acreditando sempre que nas mãos dos nossos professores estão a capacidade de transformar o mundo.

Por isso digo, caro leitor, a educação é o caminho mais plaúsivel para se oferecer desenvolvimento a um país.Mas, para isso, é necessário uma interação, de proporções funestas, entre conceitos, valores, postura e ética.Mediante ao futuro, a estratégia é: resgatar a nação brasileira através da educação que precisa ser olhada por novos ângulos; sendo necessário uma observação sistemática dos meios de educação, sabendo-se que os instrumentos para uma vida melhor se encontram na produção e progresso do conhecimento.Este, portanto, é sim, o caminho certo para a promoção humana.

Até setembro, quando postarei na véspera das eleições.

sábado, agosto 26, 2006

REGRAS, REGRAS E MAIS REGRAS

Vivemos em uma sociedade onde somos regidos por leis, normas e regras. Será que se não tivéssemos as tais regras, leis e normas seríamos mais felizes? Imaginemos uma sociedade sem normas. Cada um poderia fazer o que quisesse e viesse a cabeça. Por exemplo, roupas. Todos usamos roupas ao sairmos na rua, mesmo estando um calor de fritar bife em careca de velho, não vemos ninguém pelado na rua. Vamos imaginar a vida de um cidadão que vive numa sociedade que ninguém usa roupas por opção própria.

São Paulo, seis horas da tarde, horário de pico no metrô, estação Praça da Sé, hora e local onde a lei da gravidade não funciona, levantou o braço ele não abaixa. O cidadão entra correndo para poder se sentar e proteger seus pertences traseiros. Sentou, aliviou-se, “estou protegido”. De repente, entra outro cidadão que não encontra lugar para se sentar. Portanto fica em pé, na frente do primeiro companheiro que conseguiu sentar. Porém o primeiro cidadão se sente um tanto quanto incomodado porque o dito cujo do companheiro em pé ficou balançando na sua cara. Realmente um tanto quanto constrangedor. Se ponha no lugar dele! Pois bem, pensamento que vem a cabeça do cidadão. “Isso não vai ficar assim, amanhã eu vou ficar em pé e sacanear com quem está sentado!” (infelizmente, temos que concordar que essa é a mente do ser humano, enquanto puder tirar vantagem, e de preferência tendo o prazer de ver outro em situação constrangedora, está feliz!).
No outro dia, a mesma situação de hora e local, porém o cidadão entra calmamente, e se põe em pé na frente de algum “otário” que terá que aturar o dito cujo de outra pessoa balançando na cara. Está ele no bem bom, quando chega um outro cidadão e “crau” nele em seus fundos.
Se nos sentimos constrangidos apenas pelo fato de alguém nos “encoxar” com roupa e tudo, imagine sem a pele divina e protetora!

Isso é lógico, supondo um caso extremo, onde não encontraremos nem se procurarmos! Mas é apenas para que cause impacto. Provavelmente você leitor deve estar rindo da situação, principalmente se estiver imaginando a situação!
Mas voltando ao raciocínio anterior, onde apesar de parecer exagerado o número de normas, leis e regras, não viveríamos a vontade sem elas.
Isso foi apenas um link para que possamos discutir o assunto que eu realmente gostaria de abordar. Por que quebrar as regras torna as coisas mais atraentes? Por que todos acham o máximo quando alguém quebra alguma regra? Por que buscamos mais e mais quebrar algumas regras para nos satisfazermos internamente?
Há inclusive quem diga que as regras foram feitas para serem quebradas. Será que essa é realmente uma boa idéia?
Vemos a todo o momento pessoas querendo quebrar regras para satisfazer o seu próprio ego. Vamos ver se eu estou exagerando.
Quem nunca viu, ou mesmo já participou da ação, de entrar em uma festa sem ter a idade mínima exigida? Dirigir um carro sem ter habilitação? Colar em uma prova? Roubar em um jogo? Beber bebidas alcoólicas sem possuir a maioridade? São coisas que vemos e talvez até façamos a todo o momento. Mas por que será que isso acontece tão frequentemente, a ponto de se tornar normal para a sociedade?
Essa é uma questão que eu, sinceramente, não consigo responder. Primeiro porque eu também já quebrei regras, e depois porque eu não conheço ninguém que nunca tenha quebrado uma regra sequer a ponto de ter tal resposta para me dar!
Seria coerente pensar em um motivo para quebra de regras? Qual seria a real definição de quebrar regras? Qual é o padrão de regras que podem ser quebradas? Se é que deveria existir esse padrão.
Talvez pensando de forma contrária possamos entender melhor isso. Imaginemos uma sociedade onde nenhuma regra é quebrada. Teríamos uma coisa 100% uniforme, sem variações, e o cotidiano seria sempre o mesmo. Então a quebra de regras, seria uma espécie de válvula de escape para que a vida se torne mais interessante? Não iríamos ter nenhum motivo para esperar um novo dia com empolgação. Se mesmo com quebra de regras, a rotina se torna maçante, uma rotina sem nenhuma variação seria o fim do mundo. Seríamos máquinas com capacidade de realizar ações sem um ser humano para colocá-lo para funcionar.
Voltando um pouco na história, temos o exemplo de FORD, que com certeza revolucionou o sistema de produção. O que poucos sabem é que na verdade foi TAYLOR quem gerou a idéia, FORD colocou-a em prática. Não disse que FORD copiou a idéia de TAYLOR, TAYLOR apenas divulgou a idéia antes de FORD. Mas saindo dessa linha de raciocínio e voltando ao assunto abordado, podemos lembrar de uma famosa frase de FORD: “Qualquer pessoa pode ter um carro do modelo que quiser, da marca que quiser e da cor que quiser desde que ele seja um carro da Ford, modelo V e preto!”. Ford de fato, fez com que o carro se tornasse um produto acessível para as classes mais baixas, tornando o carro um produto popular. Mas todos tinham o mesmo carro, foram necessários anos de insistência para que ele mudasse a cor do carro. Temos então, um exemplo de padrão único, que não quebrava qualquer regra, e que se tornou uma coisa chata, devido à uniformidade do produto. Hoje em dia, seria estranho pensar em todos os carros do mesmo modelo, mesma marca e mesma cor. Mas se dependesse de Ford, com certeza estaríamos todos com um FORD, modelo V, de cor PRETA! Graças à quebra de regras, hoje temos uma variedade imensa de marcas, modelos e cores.
É incrível como vamos a alguma festa, acontece algum incidente, provocado na maioria das vezes por quebra de regras, e a frase mais falada é: “Tava demorando!”. A quebra de regras já se torna uma coisa obrigatória. A falta dela causa transtorno, não estamos acostumados nem a pensar em uma situação sem quebra de regras. Ou seja, a não quebra de regras, já é uma quebra de regra.
Até agora, só foi apontado o ponto positivo da quebra de regras e a confusão que ela causa, mas não podemos esquecer também nos pontos negativos. A situação política e social do Brasil e do mundo, está um caos, provavelmente por causa da quebra de regras. As maracutaias que estamos carecas de ver são quebra de regras. Problemas causados por quebra de regras quando são descobertos por “fiscais”, que podem ser professores, pais, agentes públicos, etc.
Talvez agora possamos responder o motivo das quebras de regra. Mas sobre isso eu não vou fazer um comentário detalhado com o meu ponto de vista porque a partir daqui, cada um pensa do modo que quiser. Pergunte a si mesmo. Por que quebro regras? Por que eu não tento ficar sem quebrar nenhuma regra? Apesar de isso ser impossível, pois certas quebras de regras se tornaram regras, e algumas regras se tornaram quebra de regra.
Será que não colocar meu ponto de vista final sobre o assunto, num texto feito para expor meu ponto de vista, seja uma quebra de regra?

segunda-feira, agosto 21, 2006

Feche os olhos e acredite

Vocês leitores devem ter sentido falta do texto escrito por Carlos Eduardo e que deveria ter sido postado aqui no dia treze de agosto. Coincidentemente data do aniversário do mesmo. O autor pede desculpas pela falta e promete a publicação do mês de setembro.


Feche os olhos e acredite


Dentro de tudo aquilo que estamos habituados a acreditar o propósito aqui é escrever um pouco sobre aquilo que é mascarado pela simples crença no sagrado.
A sabedoria popular já resume nosso papo ao afirmar que política, religião e futebol não se discutem. Mas em minha opinião não é bem assim. Política já foi assunto de outros textos, futebol é assunto para todas as rodas de pessoas regadas a cerveja e religião é o tema que dedico essas preciosas linhas.
As religiões, as crenças, não são naturais do homem, estão presentes em todas as sociedades porque atendem a uma necessidade do homem de entender, explicar ou dar sentido a vida. Um homem conseguirá viver facilmente sem religião, um homem criado em meio a lobos não adorará um Deus, mas os homens ao criarem o mundo precisam se apoiar em algo mais sólido que sua simplória existência, por mais paradoxal que isso seja.
Se todas as sociedades criam uma religião, criam explicações para seu viver, porque é tão difícil enxergar que a sua crença leitor é só mais uma e não é melhor ou pior que a de ninguém? Há segmentos de determinadas religiões que por acharem que estão mais pertos de Deus e por se considerarem detentores da verdade se acham melhores que as outras pessoas. Parece-me um grande erro, porém, encontro erros maiores.
Acreditar que tudo aconteceu fielmente como está escrito na bíblia me parece completa inocência ou excesso de fé. Se eu fosse contar para você leitor exatamente como foi meu dia ontem. Gastaria as vinte e quatro horas de hoje narrando. Isso é impossível, qualquer narração é uma seleção de fatos. Nenhuma narração está livre de ponto de vista ideológico. Qualquer um que tente relatar um acontecimento vai inconscientemente tentar entender o que aconteceu e o que motivou aquelas ações levando em conta o que enxerga em seu dia-a-dia. O caráter sagrado parece estar à cima de qualquer explicação de coisa construída por homens igual a nós. Por que a Bíblia estaria fora dessas leis gerais de todos os livros tendo sido escrita ainda por vários autores?
Tudo bem se você ainda confia em tudo que está escrito por acreditar que ouve a mão de Deus guiando cada um dos apóstolos. Agora, confiar que a Igreja Católica não deixou embutido todos os seus interesses em suas ações e manteve a verdade com as mais belas intenções e o mais puro sentimento de amor ao próximo já é demais. Uma instituição que possuía o monopólio do saber (clero vem de clérigo: aquele que sabe ler e escrever em latim), que era detentora de grande parte das terras da Europa numa época onde terra era sinônimo de riqueza, que era a mais poderosa instituição que dava apoio ao poder sobre o povo, que rezava missas em latim com padres de costas aos fiéis, que dominava uma população miserável e analfabeta, que queimava os corpos daqueles que a questionava, tinha plenas condições de moldar os fatos ao seu modo e garantir sua existência com facilidade.
Imagino eu que você leitor já deva estar um pouco perturbado e considero que é a melhor hora para você começar a se questionar, pois tomar algo como normal e inquestionável só porque é anterior a nós não me parece nenhum pouco sensato. Perco-me nesses enganos e vou cada dia mais além nas minhas dúvidas. Onde está Deus naquelas coisas injustificáveis e que foram totalmente criadas pelo homem? Após milhões de mortes na segunda guerra, sem a menor necessidade, os EUA lançam duas bombas atômicas matando milhares de japoneses. O que explicaria algo desse tipo? Onde está Deus diante disso tudo? O continente africano é dividido entre potências européias que pensam ser as donas do mundo, territórios repartidos ignorando completamente todos aqueles que vivem ali, exploração completa e independência tardia que gera inúmeros conflitos e uma lamentável miséria. O mundo fecha os olhos a tudo isso esperando o que? Que os céus façam algo por nós?
Tratei três amplos assuntos e percebo que me perdi um pouco em minhas próprias idéias, porém, a essência é perceber que nem tudo que acreditamos é inquestionável, que podemos colocar em cheque até nossas mais profundas convicções e temos total controle do mundo que criamos enquanto homens e podemos melhorar nossas vidas sem ficar esperando alguém agir em nosso lugar.




Confesso que que tornei amplo demais o assunto desse texto mas foi na tentativa de fazer do mesmo o mais questionador possível.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Quero Mais Brasil

Caros colegas,
perdoem-me por postar fora da minha data, mas trago uma iniciativa interssante para vocês. Trata-se do projeto "Quero Mais Brasil". Não vou explicar, vou colar um texto dos autores do projeto, onde eles mesmos se explicam:



O Quero Mais Brasil é um movimento que convida toda a sociedade brasileira a se dar as mãos e fazer com que o eterno país do futuro se torne o Brasil do presente. É um movimento sem nenhuma ligação partidária.

Ele nasce da iniciativa de desejos brasileiros de fazer algo mais do que simplesmente votar de dois em dois anos e já conta com o apoio de uma parcela significativa da sociedade, representada por mais de 260 das mais variadas associações de classe.

Querer Mais Brasil é participar deste movimento ao lado de vários brasileiros, empresários, artistas, líderes, trabalhadores, pessoas que vão usar a cidadania para construir uma cidade, um estado e um país melhor. É descruzar os braços.

Querer Mais Brasil é querer transparência nos gastos públicos de todos os governos. Não é ser contra nenhum partido ou político. É ser a favor do Brasil, dos Estados e de todos os municípios.

Querer Mais Brasil é exigir que todos os governos, das cidades, dos estados e do país, não gastem mais do que arrecadam. Sem dívida crescente, sem juros excessivos, sem gastos mal feitos. É exigir menos gasto na máquina pública e mais serviços sociais e investimentos.

Querer Mais Brasil é exigir a mesma eficiência dos orgãos públicos que se exige da iniciativa privada: incompetentes fora, profissionais competentes e premiados e corrupção eliminada.

Querer Mais Brasil é não ficar calado. É descruzar os braços e construir juntos.

Chega do país do futuro. Quero Mais Brasil agora.


Se você se interessou pelo projeto e deseja participar, visite o site http://www.queromaisbrasil.com.br

segunda-feira, agosto 07, 2006

Hedonismo - Questão Social

Caros colegas,

Cá estou eu novamente, a exibir uma centelha de minhas reflexões a respeito do mundo que me cerca. No desenrolar de meus últimos meses, vários acontecimentos voltaram minha atenção pra essa particularidade da cultura ocidental. O Hedonismo.

Hedonismo é a doutrina que surge na Grécia pós-socrática que postula que o prazer individual e imediato é o bem supremo da vida humana, e a busca dele deve ser sempre o objetivo primeiro do homem. Foi alvo da igreja, que, reprimindo os prazeres como “tentação do demônio” condenou-o à condição de pecado imperdoável. Muitas seitas satânicas (até mesmo pagãs) modernas aderem ao hedonismo até de forma irresponsável.

Eu, em minha modesta situação de observador “pseudocientífico”, arrisco dizer até que hoje o hedonismo se encontra fortemente arraigado em nossa sociedade. Afirmações do tipo: “vivo pouco, mas vivo bem” me servem como prova. Os fumantes que me perdoem, mas esses são prova viva do que aqui afirmo. A grande maioria, consciente do mal que o fumo faz, opta pelo prazer de fumar em detrimento de uma melhor saúde, de uma determinada longevidade. Claro, existem casos e casos. Não estou confundindo hedonismo com inconseqüência, apenas exemplifico a busca pelo prazer com algo corriqueiro.

Pergunto-me então, quais as causas de tal comportamento “em massa” da sociedade? Que me perdoem meus críticos, mas aqui eu não vejo outra resposta possível, além do individualismo. Indo um pouco além, o hedonismo não é mais do que um individualismo exagerado. O individualismo (que eu apelidei carinhosamente de “mal do mundo”) é o próprio hedonismo domesticado. Volte à definição do segundo parágrafo e leia bem, “... prazer individual e imediato...”. Todo exagero é prejudicial, e, o culto ao prazer hoje é grande ao ponto de pôr a sociedade em crise. Mas por quê?

Por dois simples motivos:
1. Isso leva a uma série de contradições dentro da “ordem” social vigente, abalando principalmente a instituição familiar (como o pai que cobra um bom comportamento do filho mas “pula a cerca” constantemente por puro prazer).
2. Isso desmobiliza as massas. Isso distrai as pessoas dos abusos contra o povo brasileiro e as induz a se preocupar com coisas mais divertidas. Em casos extremos (não raros), isso leva até a uma alienação política imensurável.

Esse é o hedonismo contemporâneo, fruto do individualismo e responsável pela alienação política de parte da população. Não estou defendendo uma abdicação total do prazer (chamada Anedonia), apenas creio que a população esteja recorrendo ao prazer de maneira exagerada. Convêm citar que isso ainda esbarra em certas convicções religiosas do que vos escreve, mas não creio que minha argumentação se invalide com isso.

Grato, até setembro.

terça-feira, agosto 01, 2006

Hipocondria Ambiental

Bom. Como eu já tinha dito no meu comentário de ontem, eu estava sem nada para postar. Por isso, perdoem um texto feito as pressas e talvez sem a qualidade dos textos dos meus companheiros de blog. Grato pela compreensão.

Hipocondria Ambiental

Hipocondria: (adj.) estado melancólico em que a pessoa se julga afetada por doenças imaginárias; misantropia;

Diariamente vemos nos meios de comunicação o anúncio do apocalipse. Somos todos os dias bombardeados por informações a respeito dos males que o homem vem causando à natureza e como tais males trarão drásticas consequências para nossa existência. O aquecimento global, a poluição dos rios, os grandes desmatamentos, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, a emissão de gases poluentes, a contaminação por metais pesados, enfim, são tantas as doenças que nosso planeta está fadado à morte.

Mas, será mesmo que a coisa é tão séria assim? Talvez o mundo não esteja assim tão doente. Talvez os ambientalistas sejam meio hipocôndrios. Quero dizer, eu nasci em 1988. Tenho portanto 18 anos. Há 18 anos escuto o mesmo papo de que o mundo vai acabar se as coisas não mudarem em relação ao meio-ambiente. Há 18 anos as coisas não mudam, e o mundo não acaba. Há 18 anos vejo o aquecimento global ser uma preocupação; há 18 anos também, não noto o aumento de 1ºC sequer, na minha vida cotidiana. Há 18 anos o buraco da camada de ozônio cresce; e ainda não está grande o suficiente para que os malvados raios ultra-violetas destruam nossa querida Terra. Há 18 anos milhares de animais estão em processo extinção e, por incrível que pareça, ainda não foram extintos! Gases e mais gases poluentes foram emitidos nesses 18 anos e, ainda assim, nós e os outros animais conseguimos respirar e extrair oxigênio com fartura do ar atmosférico. -exceto as pessoas que moram em São Paulo, que não têm tanta fartura assim-

Além de tudo, temos muita coisa já com as quais nos preocupar, além da natureza. O aumento no preço do pão e do leite, ou da gasolina, faz muito mais diferença na vida prática do que a extinção de uma espécie raríssima de borboletas estéreis do Afeganistão. Temos que nos preocupar com a pressão seletiva que age sobre nós mesmos. Cada um de nós tem que lutar todos os dias para não ser extinto, e isso é mais importante do que as maritacas e as borboletas, por mais que elas sejam delicadas e bonitinhas.

Tudo bem que o meio-ambiente merece certa atenção para que a saúde e a sobrevivência do planeta seja garantida, mas esse alarde ambiental está sendo um pouco exagerado. Anunciar catástrofes climáticas e apocalipses repetidamente na mídia não vai mudar muita coisa. Se, inexorávelmente todos os dias, ao sentarem em seus sofás para assistir ou ler o jornal, as pessoas se depararem com o fim do mundo, elas se acostumarão com isso, e não levarão o assunto tão a sério quanto ele merece ser tratado. É preciso que os problemas ambientais se tornem realmente um problema na vida das pessoas, para que elas façam algo para mudar a situação. Se faz parte do cotidiano ter problemas ambientais, as pessoas os aceitam passam a conviver harmoniosamente com eles.

Psicanalistas afirmam que a hipocondria é um problema gerado pelo constante ócio ao qual algumas pessoas se submetem. Por isso o problema é frequentemente apontado em aposentados, que, já sem as preocupações com o contracheque, muitas vezes acabam por cair na "falta do que fazer". Talvez então, seja hora de muitos ambientalistas ociosos encontrarem mais o que fazer e parar de fazer papel de mensageiro do apocalipse 24 horas, e anunciá-lo só quando ele realmente chegar, se é que isso vai acontecer.

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