sexta-feira, junho 30, 2006

Argentina Na Copa


Excepcionalmente hoje, estarei postando um artigo extraordinário, pois se não for publicado logo, perderá completamente o sentido.
Gostaria de me desculpar com todos os frequentadores da parede de banheiro por uma quebra de regra não programada e não informada.E gostaria de me desculpar com leitor também, pois a eliminação da argentina na Copa do Mundo não estava programada, e o texto foi escrito antes da sua eliminação.
ARGENTINA NA COPA
Após a divulgação do texto “Copa da Globalização”, surgiu um comentário de um leitor que me deu a idéia de ir ainda mais adiante com essa história de futebol, mas agora comparando com um grande adversário: ARGENTINA.
Estava lendo artigos esportivos, quando vi uma notícia que dizia que a Argentina é a nova favorita da Copa do Mundo, deixando o Brasil para trás. A crítica dizia, que a seleção argentina é mais criativa, mais rápida e mais organizada que a seleção brasileira.
Agora analisando a Copa da Globalização, vemos que a Argentina também está mais bem cotada que o Brasil. Enquanto o Brasil vem jogando na retranca fiscal e monetária, aprovada pelo FMI (fundo monetário internacional), a Argentina joga no ataque. Dizem os conservadores que seria um desastre para a Argentina, mas ao contrário disso o PIB da Argentina vem crescendo 9% ao ano, contra 3,5% do Brasil.
O que a Argentina tem feito?
Realmente enfrentando seus adversários, desafiou os investidores e ganhou, driblou as leis de mercado fazendo o controle de preços e até agora não foi expulsa e nem anulou o jogo! O time argentino, tanto na Copa do Mundo, quanto na Copa da Globalização, tem adotado uma tática ofensiva, utilizando com talento e ousadia os recursos disponíveis no seu país.
Talvez essa seja uma possível solução para o Brasil, que possui em suas mãos, em ambos os casos, de um conjunto de grande potencial, mas que vem avançando de modo medíocre, e ainda se dão por satisfeitos!
A Copa do Mundo será decidida em pouco tempo, já a Copa da Globalização ainda tem muito jogo pela frente. Nesse ano de eleição, talvez fosse uma boa idéia questionar a economia do governo LULA. Isso não será feito com certeza, e o presidente defenderá com unhas e dentes a economia do seu governo que tem o apoio da banca internacional por motivos óbvios.
Mas fica em pauta a possibilidade de DISCUSSÃO da tática agressiva adotada pela seleção Argentina em ambas as copas, mas principalmente, na Copa da Globalização que vai além de um grande espetáculo esportivo.

segunda-feira, junho 26, 2006

Copa da Globalização


Aproveitando o clima de copa do mundo, imagine-se você técnico da seleção brasileira, na copa da globalização, perdendo de 5x0. Você reúne a comissão técnica para discutir os problemas e assim criar soluções para resolvê-los. A primeira opção seria adotar uma postura ofensiva, partindo pra cima, incentivar a indústria brasileira a adotar programas de qualidade e produtividade, apoiar as exportações, investir em tecnologia e aumentar a competitividade. Mas isso é o que o governo brasileiro vem fazendo desde a década de 50, sem sucesso visivelmente! A segunda opção seria embolar o meio de campo, tentando provocar a expulsão do adversário e assim provavelmente anular o jogo, isso se os adversários fossem grandes como ALCA e FMI, afinal são eles quem ditam as regras do jogo! A terceira opção seria “jogar à italiana”, ficar tocando a bola na defesa, sem nenhum interesse em sair do jogo, voltando à atenção principalmente para o mercado interno, o que desligaria o país do mundo global.
O maior problema de tudo isso, é que tentamos resolver os problemas imediatamente sem saber realmente o motivo de o problema não ter solução. Talvez o maior problema seja que jogamos um jogo, cujas regras foram escritas pelos próprios adversários. Esses jogos são ganhos muitos antes de entrar em campo, nos intensos treinos, na organização e na administração do time. Ou seja, o Brasil entra em campo muito tempo depois de o jogo ter começado! Precisamos nos preparar para o próximo jogo internacional, para as regras que estão por vir e, se possível, criar nossos próprios jogos com regras escritas por nós. De primeira vista, isso parece um tanto quanto óbvio, mas nunca foi feito anteriormente. Estamos sempre bitolados em corrigir erros cometidos no passado, e não nos preocupamos com o futuro. Os políticos e a mídia só ouvem as coisas do presente, não procuram saber a visão de um profissional com pensamento futurista. Futuro, por definição, não é notícia porque ainda não aconteceu.
Tendo em vista isso, a pergunta que deveríamos fazer é “Qual será o próximo jogo internacional?”.
Uma série de fatores seria necessária para responder a essa questão, talvez uma breve análise de tudo fosse capaz de, pelo menos, levantar uma breve hipótese sobre um tópico que nos levaria a resposta. Como essa análise ocuparia um tanto quanto de tempo e espaço, deixo apenas a idéia de pensar mais no futuro do que viver apenas no “Carpe Diem”. Claro que também não devemos apenas pensar no futuro, pois não adianta de nada perder a saúde enquanto tem, para juntar dinheiro, e depois gastar o dinheiro acumulado para recuperá-la. E de nada adianta também viver pensando no futuro, sem viver o presente, de modo que no fim das contas não se vive nem o presente nem o futuro.

terça-feira, junho 20, 2006

Estaríamos preparados para votar?


Primeiramente gostaria de agradecer por estar aqui escrevendo ao lado de grandes amigos nessa mais nova investida. Nossos textos ainda sairão das paredes de banheiro e ganharão espaço em grandiosas publicações. Imagino que um dos idealizadores do Parede De Banheiro, Rafael Lourenço, ao me convidar, pensou em efetivar aqui a publicação de textos relacionados a política. Pra não decepcioná-lo, aqui vão minhas idéias.
Ps.: Desculpa se quebrei a atmosfera romântica que o poema deixou no banheiro, mas voltarei minhas atenções pra coisas mais sujas nestas paredes que já voltaram a estar novamente tingidas por protestos.


Estaríamos preparados para votar?


Nas eleições municipais de 2004 tive a oportunidade de trabalhar com pesquisa política, visitas domiciliares para avaliar as intenções de voto. Foi aí que passei a refletir se os brasileiros estariam preparados para ir às urnas. Gostaria de compartilhar com vocês experiências que vivi e que me levaram a esse questionamento. Antes delas devemos levar em consideração a proporção do que foi avaliado. Eu avaliei em cerca de 2400 residências durante 2 meses. Se levarmos em consideração um país com tamanha população e um país desigual como o Brasil deveríamos levar a sério o que estou falando.

Um dia ao perguntar para um senhor em quais candidatos ele votaria no dia 3 de outubro de 2004 ele me esclareceu: “Eu nunca perdi uma eleição! Uma semana antes de votar vejo quem está frente e voto nele. Nunca perdi uma!” Sábias palavras.

Me recordo também de perguntar a uma senhora idosa o que ela desejava que o próximo prefeito melhorasse em seu bairro. Ela não perdeu tempo e foi me mostrar o que ela estava precisando pra reformar o telhado dela. No minuto seguinte entendi o que ela queria dizer. Ela trocaria seu voto pelo material de construção que lhe fosse dado. Para ela fazer tal oferta, fui mais longe em meus pensamentos deduzindo que aquilo já deveria ter ocorrido. E quantas vezes poderia ter sido assim com aquela senhora? Quantos outros não venderam seus votos?

Perguntando em outra ocasião em quem uma eleitora votaria ela respondeu que continuaria com o mesmo prefeito porque ele estava fazendo ótimas melhorias naqueles dias anteriores as eleições. Eu estava trabalhando a dois meses da votação, percorrendo vários bairros e assistindo obras eleitorais e obtenho essa resposta. Cada situação, cada dia de trabalho me deixava mais por dentro dessa realidade que ignoramos ou talvez nem temos conhecimento.

Se a democracia seria o regime ideal por dar a chance de que todos dêem sua opinião precisamos rever nossos conceitos diante da realidade que presenciei. Qual o valor dessas opiniões, totalmente equivocadas, compradas ou manipuladas? Dentre as opiniões que avaliei, dificilmente vi critérios para se escolher um candidato. Menos ainda, vi interesse na política. Não vi reflexão. As pessoas, em sua maioria, votavam por tradição ou por interesse. Posso estar sendo pessimista, mas muitas expressaram também um grande descontentamento com as opções que tinham. Isto é tema para outra discussão, mas esse questionamento não sai da minha cabeça em mais esse ano eleitoral. Estaríamos preparados para votar?

terça-feira, junho 13, 2006

Frases feitas, frases de efeito.


O artigo abaixo foi redigido por Carlos Eduardo, que está impossibilitado de postar, por isso eu posto:

Violência só gera violência. E em alguns casos gera preconceito. E o preconceito é a pior de todas as moléstias. E muitas moléstias são contagiosas. E geram epidemias. Pandemias. Um erro não justifica o outro. E nem absolve os pecadores. Aqui se faz, aqui se paga.

Ao assistir à cena dos manifestantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) invadindo e depredando o congresso nacional, me senti indignado. Mas também me senti decepcionado e triste, pois sabia que o ato só beneficiaria a oposição. E ainda dizem que foi Lula quem pagou. Analfabeto, até onde sei, não é sinônimo de idiota.
Se foi mesmo o governo ou o PT quem bancou o ato, me sinto ainda mais decepcionado. Decepcionado, pela falta de inteligência do alto escalão do partido, que, nesta acepção, não teve a necessária perspicácia de perceber que tal ato proporcionaria aos opositores uma ótima plataforma de ataque ao governo. Mas isso é só uma possibilidade.

O pior de tudo, a meu ver, é a contribuição que o evento está dando para o aumento do preconceito da sociedade em relação ao MST (Movimento dos Sem-Terra). Sei sim, que há muita gente imprestável e cafajeste infiltrada no movimento. Porém a bandeira do MST é a mais justa de todos os movimentos sociais brasileiros. Num país que possui metade de suas terras agricultáveis improdutivas, entregues à especulação fundiária e que milhões de pessoas passam fome todos os dias, a reforma agrária é uma urgência.

Parabéns então à direita, que soube como ninguém usufruir do ato que, segundo ela mesma, “o PT patrocinou”. À direita que após 500 anos roubando, deitando e rolando sobre o povo brasileiro, vem agora levantar a bandeira do caráter e da moral, com frases feitas e frases de efeito. Se é assim, cara direita, fica o aviso: o dia de revolução está chegando. Seus dias estão contados.

quarta-feira, junho 07, 2006

Soneto do Reencontro


Senhoras e senhores, peço desculpas por não trazer-lhes um texto tão bem estruturado, com argumentação tão rica quanto os dos meus companheiros. Trago-lhes apenas um poema. Uma tentativa de soneto, que não foi bem-sucedida por problemas na métrica. Ainda assim eu chamo de soneto, afinal, eu que fiz mesmo, dou o nome que quiser.

Então, um belo dia, estava eu assistindo à semi-final da Copa do Brasil. O Vasco vencia o Fluminense por um a zero. Eu, completamente tomado pelo tédio que o jogo me trazia, me senti inspirado pra escrever um poema. Pensei comigo: "Vinícius de Morais escreveu o Soneto da Separação... eu hei de escrever o Soneto do Reencontro!!". E, foi com a nada modesta e nada humilde proposta de responder um dos maiores poetas desta terra, que consegui escrever o que agora trago à vossa apreciação. A seguir:

Soneto do Reencontro

De repente, não mais que de repente
o que era longe, faz-se perto
o antes errado é agora certo
e quem é triste se torna contente

De repente, não mais que de repente
que se faça da saudade a maior alegria
que se cumpra aquela velha "esperança tardia"
e que seja são quem agora é doente

Que seja repentino, porém esperado
o breve suspiro do desesperado
a leve carícia de quem é amado

Que seja esperado, mas não em vão
que se chore sorrindo com tal emoção
que se perca em festa o meu coração

E é isso... espero que nao me apedrejem.
Até a próxima

quinta-feira, junho 01, 2006

Nós queremos você!


Desde a queda da ditadura militar em 1964, diz-se do Brasil um país democrático. Ser um país democrático significa, ou pelo menos deveria significar, que os cidadãos têm a liberdade de escolher os rumos que querem dar a suas vidas e ao seu país. Isso é antitético com o nosso sistema de serviço militar, que nos obriga a servir militarmente a pátria, ainda que essa não seja, em muitos casos, nossa vontade. Em vários lugares essa realidade já foi mudada, por que não efetivar tal mudança por aqui?

Todo e qualquer cidadão brasileiro, homem, que completa dezoito anos, é obrigado a alistar-se no serviço militar. Na maioria das vezes há excesso de contingente, e apenas os que querem realmente fazer parte das forças armadas é que são convocados a servir. Entretanto, o que incomoda não é o serviço militar em si. É o "obrigatório" da expressão "serviço militar obrigatório". Muitos pregam veementemente que o absolutismo, a ditadura e o autoritarismo político já não nos perturbam mais, contudo os resquícios de despotismo sobrevivem até os dias de hoje. Ou um governo que obriga seus cidadãos a fazerem algo que estes não desejam não pode ser considerado despótico?

Na esmagadora maioria dos países da Europa, aonde os hororres da guerra mais se fizeram presentes ao longo da história, o serviço militar é facultativo em tempos de paz. E não só no velho mundo isso ocorre: em quase todos os países considerados desenvolvidos atualmente, o serviço militar facultativo se faz regra. Até na Argentina, um país, hoje, muito mais atrasado do que o Brasil em vários aspectos, o ministério da defesa desobriga os cidadãos de servir militarmente a pátria.

Os reacionários de plantão logo diriam sobre o assunto: "É necessária a manutenção de um exército permanente para defender fronteiras." Sem dúvida. Mas esse exército continuaria a existir mesmo com o serviço militar opcional. O salário pago pelas forças armadas atrái muita gente que não pode contar com outras fontes de renda. Isso já serve para garantir um vasto contingente de pessoas que servem por opção própria.

Antes de pensarmos em defender nossas fronteiras, deveriamos reorganizar nossa ordem interna. Isso passa por uma revisão do assunto, que ainda não foi feita por quem escolhemos para nos representar. Quem sabe ainda poderemos ver um dia, um Brasil realmente livre e democrático, aonde ninguém seria obrigado a fazer nada que não queira?

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