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A Morte do Eterno e do Público

Olá!! Peço desculpas por prolongada ausência, mas vamos ao que interessa.

Hoje lhes trago uma discussão deveras filosófica, que pode muito bem não interessar a@ amig@ leitor@, mas, de qualquer jeito, deveria.

É fato, senhores, que estamos vivenciando uma decadência de todos os assuntos que dizem respeito à esfera pública. Ainda mais nós, pobres brasileiros, convivemos com o descaso das instituições políticas que deviam zelar por nossa sociedade. Há muito meus textos aqui denunciam o individualismo como causa maior desses problemas. O pensamento egoísta nos leva a tratar o que nos diz respeito como se fosse privado, mesmo que se trate de um problema que atinge todos a nossa volta. Nos resolvemos e não ligamos pro resto.

Pois bem, hoje dou um passo adiante nesse raciocínio. O individualismo humano não é um fato em si. Trata-se de uma consequência de um outro acontecimento de ordem racional - A morte da eternidade.

O que se vê nos últimos séculos é a total descrença em relação à metafísica. O homem não se preocupa mais em refletir sobre o eterno desde Kant. Segundo o mesmo, isso se devia à total abstração do mesmo, a falta de contato empírico com o eterno nos impediria de formar qualquer conhecimento sobre ele. Ou seja, como não podemos conhecer o que é eterno, pensá-lo é perda de tempo. Já que morreremos (ie, não somos eternos), pensemos algo mais proveitoso à nossa existência mundana!

É esse raciocínio kantiano, que ainda hoje se faz presente na coletividade (durante o próprio ensino médio ouve-se frases como "pra que serve a filosofia?"), que valoriza a ação prática sobre o mundo (o trabalho) no lugar do pensamento filosófico (em Hannah Arendt, a vita activa e a vita contemplativa).

E assim nos esquecemos de que, mesmo que não sejamos eternos, a humanidade o é! E se não levamos em conta a eternidade da existência do homem, não temos nenhuma razão para nos questionarmos acerca dos problemas da humanidade como um todo! Todas as questões humanas são, no máximo, questões individuais coletivizadas. Pois a esfera pública (cuja existência depende de atenções voltadas a problemas comuns) já não existe mais. A morte do público nos deixa soltos no caos belicoso das vontades individuais.

Perdão, acabo de escrever o mais confuso (ao mesmo tempo, o mais rico, creio eu) de meus textos aqui. Mas assim têm sido meus últimos meses, um texto escrito agora não poderia ser diferente.

Tentarei me explicar melhor numa próxima vez.

Obrigado!

Já no inicio do texto deu pra saber quem escrevia, é praticamente desnecessário ver seu nome ao final! Ficarei esperando o proximo texto e sua explicação.. até lá!

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