Proteger com ressalvas
Gostaria neste texto de fazer um cruzamento de minhas duas últimas publicações nos seguintes termos: Continuar quebrando algumas idéias que tomamos como verdades (fomos ensinados assim) e continuar refletindo sobre a realidade do Brasil.
Proteger com ressalvas
Praticamente todos aqueles que se consideram patriotas, nacionalistas e preocupados com a realidade do país tem em mente que não podemos abrir nossos mercados para o mundo, pois nos tornaríamos presas fáceis, vítimas das grandes potências e de sua ambição devoradora. Um bom exemplo é a posição dessas pessoas diante dos acordos feitos com a Inglaterra logo após a nossa melancólica independência. Abrir nossos portos, cobrar pequenas taxas, ceder uma ilha e garantir direitos de extraterritorialidade para a potência da época diante de um país que acaba de deixar os laços colônias parece ser uma ação feita em um momento de completa loucura.
Não que tenha sido um ótimo negócio, mas não passou de reconhecimento político em troca de acordos econômicos. Os acordos que totalizaram trinta anos de duração podem nos ter prejudicado, mas não são totalmente responsáveis pelos nossos problemas, pois tivesse a Inglaterra se mantido fora de nossos negócios e o alvará de proibição da instalação de indústrias por D. Pedro nunca existido, a falta de tradição industrial dos portugueses aliado ao caráter agrário exportador de nossa elite não levaria a grandes passos de desenvolvimento.
Se o protecionismo não é a solução de todos os casos, não quer dizer, que seja um problema. Uma indústria incipiente precisa ser protegida, mas se for eternamente protegida vai crescer deficiente. Para ilustrar, imagine um pai ensinando seu filho a andar de bicicleta, ele segura a bicicleta até o filho começar a aprender a se equilibrar, depois a solta para que ele desenvolva suas próprias habilidades e, como acontece na maioria dos casos, aprenda depois de alguns tombos. Se esse pai se mantivesse sempre segurando o filho, quando ele não tivesse mais condições de segura-lo o filho provavelmente despencaria de uma só vez.
Proteger um mercado tem grandes custos, não econômicos, mas sim sociais. Se você para defender uma indústria passa a taxar os produtos internacionais a população pode acabar consumindo um produto mais caro ou quem sabe, inferior. Uma proteção longa poderia aprofundar os problemas. Uma indústria protegida tende a não procurar diversificar os produtos, melhorá-los ou simplesmente não incluir tecnologia na sua produção, pois tem seu retorno e sua situação garantidos.
Algo ainda mais grave que pode facilmente acontecer é esta indústria protegida, aproveitando os privilégios que possui, conseguir meios de garanti-los através de pressão e propinas. Uma prática que perpetua os lucros da mesma, mas que pode acabar gerando uma situação de miséria a diversos outros setores da economia.
O protecionismo é uma prática eficiente com amplos resultados, mas que não deve mascarar para cada indústria aquilo que ela viveria sem ele. A população paga o preço de se defender o mercado e depois de algum tempo deveria receber os benefícios de possuir uma avançada indústria em condições de sobreviver sozinha no mercado internacional e desenvolver práticas que a beneficiasse.
Protecionismo é uma prática que não pode se tornar eterna por representar nobres sentimentos, deve na verdade ser uma prática pensada e que seja um meio de desenvolver o país como um todo. Recorrendo novamente a metáfora, não podemos agir com o país como o pai que ama o filho e o ensina a viver em um mundo dentro se seu controle, pois, para conseguirmos realmente andar com nossas próprias pernas precisamos estar prontos para enfrentar sozinhos caminhos que não facilmente percorridos.
Proteger com ressalvas
Praticamente todos aqueles que se consideram patriotas, nacionalistas e preocupados com a realidade do país tem em mente que não podemos abrir nossos mercados para o mundo, pois nos tornaríamos presas fáceis, vítimas das grandes potências e de sua ambição devoradora. Um bom exemplo é a posição dessas pessoas diante dos acordos feitos com a Inglaterra logo após a nossa melancólica independência. Abrir nossos portos, cobrar pequenas taxas, ceder uma ilha e garantir direitos de extraterritorialidade para a potência da época diante de um país que acaba de deixar os laços colônias parece ser uma ação feita em um momento de completa loucura.
Não que tenha sido um ótimo negócio, mas não passou de reconhecimento político em troca de acordos econômicos. Os acordos que totalizaram trinta anos de duração podem nos ter prejudicado, mas não são totalmente responsáveis pelos nossos problemas, pois tivesse a Inglaterra se mantido fora de nossos negócios e o alvará de proibição da instalação de indústrias por D. Pedro nunca existido, a falta de tradição industrial dos portugueses aliado ao caráter agrário exportador de nossa elite não levaria a grandes passos de desenvolvimento.
Se o protecionismo não é a solução de todos os casos, não quer dizer, que seja um problema. Uma indústria incipiente precisa ser protegida, mas se for eternamente protegida vai crescer deficiente. Para ilustrar, imagine um pai ensinando seu filho a andar de bicicleta, ele segura a bicicleta até o filho começar a aprender a se equilibrar, depois a solta para que ele desenvolva suas próprias habilidades e, como acontece na maioria dos casos, aprenda depois de alguns tombos. Se esse pai se mantivesse sempre segurando o filho, quando ele não tivesse mais condições de segura-lo o filho provavelmente despencaria de uma só vez.
Proteger um mercado tem grandes custos, não econômicos, mas sim sociais. Se você para defender uma indústria passa a taxar os produtos internacionais a população pode acabar consumindo um produto mais caro ou quem sabe, inferior. Uma proteção longa poderia aprofundar os problemas. Uma indústria protegida tende a não procurar diversificar os produtos, melhorá-los ou simplesmente não incluir tecnologia na sua produção, pois tem seu retorno e sua situação garantidos.
Algo ainda mais grave que pode facilmente acontecer é esta indústria protegida, aproveitando os privilégios que possui, conseguir meios de garanti-los através de pressão e propinas. Uma prática que perpetua os lucros da mesma, mas que pode acabar gerando uma situação de miséria a diversos outros setores da economia.
O protecionismo é uma prática eficiente com amplos resultados, mas que não deve mascarar para cada indústria aquilo que ela viveria sem ele. A população paga o preço de se defender o mercado e depois de algum tempo deveria receber os benefícios de possuir uma avançada indústria em condições de sobreviver sozinha no mercado internacional e desenvolver práticas que a beneficiasse.
Protecionismo é uma prática que não pode se tornar eterna por representar nobres sentimentos, deve na verdade ser uma prática pensada e que seja um meio de desenvolver o país como um todo. Recorrendo novamente a metáfora, não podemos agir com o país como o pai que ama o filho e o ensina a viver em um mundo dentro se seu controle, pois, para conseguirmos realmente andar com nossas próprias pernas precisamos estar prontos para enfrentar sozinhos caminhos que não facilmente percorridos.